Depois da copa meu olhar para as Olimpíadas

rio2016

Na copa, paramos por alguns dias.

Produzimos menos, recebemos menos, depositamos nossa expectativa em algo que nos fez acordar com imensa frustração.
Fomos buscar a Resiliência, olhamos para as nossas vidas e fomos em busca do que realmente importa, nossa família, nossos amigos, nos laços que foram feitos da união de uma torcida que acreditou.
Depois da Copa, procuramos cuidar do nosso espaço, procuramos enxergar um Brasil tão perfeito como o time que apenas idealizamos.

E dois anos depois a surpresa das Olimpíadas, a maioria dos posts que vi, de amigos e conhecidos foi de que ficaram surpreendidos, e como é boa a sensação da surpresa. Ficamos encantados com as cerimônias de abertura e encerramento, olhamos para um Brasil que nos arrancou lágrimas de orgulho e admiração.
Vibramos com as vitórias, choramos com algumas quedas, perdemos a voz para torcer por aqueles que vestiram nossa camisa como quem realmente se enrola na bandeira.
Ahhh!! Vibramos com o antes desconhecido menino do nordeste de nome Bíblico e um corte diferente no cabelo que apareceu no nada e fez brilhar no peito e no quadro três lindas medalhas, vibramos com o menino que foi abandonado pela mãe quando criança e pulou para o mais lindo salto da sua carreira, nos encantamos com a judoca que superou a humilhação e fez nosso primeiro ouro brilhar, vibramos com as medalhas dos ginastas que esperaram tanto e caíram algumas vezes e que dessa vez conseguiram, dormimos tarde para chorar pelo Vôlei de praia, atrasamos o almoço de domingo para perder a voz no lindo Vôlei de quadra, não deixamos de reunir os amigos para um futebol verde amarelo e nos abraçamos com a defesa do Pênalti de um goleiro grandão e carismático que foi convocado no 47 do segundo tempo, sim ele fez uma linda defesa. Não esquecendo das meninas da vela de sobrenome histórico no esporte, teve a medalha que recebida no susto depois da desclassificação do terceiro lugar na maratona aquática… sim foram várias as surpresas, desculpem não citar todas aqui.
Não posso deixar de colocar aqui as lágrimas arrancadas pelos tombos na Ginástica Artística, pelo encanto da nossa pequena e brilhante atleta, pelos(as) nossos (as) favoritos(as) que voltaram pra casa sem medalha mas com a vitória da superação de esportes que não recebem incentivo.
Nos encantamos com o divertido corredor do raio, nos emocionamos com o nadador americano que escolheu viver e encantar, nos decepcionamos com aquele que quis aparecer inventando um assalto para encobrir mais uma inadequada escolha, admiramos a perfeita ginasta.
Este foi meu olhar sobre as Olimpíadas no Brasil, o olhar de uma torcedora que viveu tudo o que escreveu, este é o olhar de uma brasileira que acredita que é possível sim a gente fazer bonito, que a resiliência também está em um país de um povo descrente, que dá pra fazer bonito que dá para a gente ser bom também.
Não sei onde este texto vai chegar, talvez alguns de vocês sintam o mesmo que eu, talvez alguns entendam que isto é RESSIGNIFICADO, um novo significado depois do triste luto que vivenciamos naquela Copa.
Vamos em frente, se cada um fizer sua parte a gente ainda vai poder vibrar muito… e continuar superando, vivendo , amando e aprendendo.